Conceito

A Agricultura Social baseia-se numa abordagem inovadora situada entre dois conceitos – a agricultura multifuncional e os cuidados sociais / saúde de base comunitária.
A Agricultura Social inclui todas as atividades que usam os recursos agrícolas, seja das plantas ou dos animais, com o objetivo de promover (ou gerar) serviços de saúde, sociais ou educacionais a diferentes grupos de pessoas.
Entre estes, estão incluídas pessoas com problemas de saúde mental, desempregados de longa duração, idosos ativos, pessoas com deficiência, com dificuldades de aprendizagem, pessoas que sofrem de dependências, bem como pessoas em processo de reintegração social.
Na Agricultura Social, os produtos principais, para além da produção, são a saúde, o emprego, a educação ou a terapia. A agricultura oferece oportunidades para as pessoas participarem nos variados ritmos diários e anuais, seja na produção de alimentos ou no trabalho com animais domésticos.

domingo, 21 de outubro de 2012

Hortas urbanas são fundamentais do ponto de vista social, ambiental, urbanístico e económico

noticia retirada do "Correio do Minho", 21/10/2012:

"A Coligação “Juntos por Braga”, através da Juventude Social-Democrata e da Juventude Popular, realizou uma conferência subordinada ao tema “Hortas Urbanas”. A iniciativa, que decorreu na Videoteca Municipal de Braga, contou com as intervenções do Prof. Dr. Raúl Rodrigues (Investigador e Docente Universitário), da Eng. Natália Costa (da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso), da Eng. Cláudia Mouro (LIPOR) e da Profª Dr.ª Isabel Mourão (investigadora no domínio da Horticultura Social e Terapêutica). 

Esta foi uma iniciativa englobada no Projeto Braga 2025, um desafio inovador proposto pela Coligação “Juntos Por Braga” que, até às próximas Eleições Autárquicas, assume a responsabilidade de construir um Programa de Desenvolvimento Estratégico para o concelho num horizonte de 12 anos - correspondente a três ciclos autárquicos, desde 2013 a 2025. 

Durante a sua intervenção, Ricardo Rio, líder da Coligação “Juntos Por Braga”, começou por referir que um projeto como as hortas urbanas é perfeitamente ilustrativo da forma como uma diferente perspetiva e postura da gestão municipal poderia ser benéfica para os cidadãos. “Esta é uma iniciativa extremamente relevante do ponto de vista social, ambiental, económico e urbanístico e que não tem sido devidamente aproveitada pela Câmara Municipal”.

De acordo com Ricardo Rio, ficou demonstrado pelos exemplos dados durante a conferência que este tipo de projeto só poderá resultar se se revelar mobilizador de todos os atores da comunidade: as escolas, as ipss´s, os cidadãos e as juntas de freguesia. 

“Este projeto exige, pela forma como é concretizado e desenvolvido, o envolvimento ativo das autarquias, que deve assumir uma lógica de colaboração em rede e de desenvolvimento. Só assim se poderá dar origem a iniciativas sustentáveis, orientadas pelo interesse público e para a articulação entre os vários protagonistas”, afirmou Rio.

O líder da Coligação lamentou o facto de em Braga tudo se passar “demasiado lentamente”. “É importante que sejam as próprias autarquias locais a assumir a responsabilidade de tomar a iniciativa de concretizar este tipo de projetos”, afirmou, lembrando de seguida que já várias freguesias manifestaram a vontade de integrar um projeto neste sentido, como por exemplo S. Victor, mas não têm contado com o apoio da Câmara Municipal: pelo contrário, esta tem-se revelado um “obstáculo” ao desenvolvimento destes projetos. 

Ricardo Rio salientou que as hortas urbanas são ainda muito importantes porque ajudam a preservar e qualificar muitos dos espaços verdes existente em meio urbano e que estão votados ao abandono, e ainda porque permitem conciliar a necessidade de desenvolvimento urbano do território com a preservação de uma matriz rural, o que tem um efeito terapêutico nos cidadãos. “É, sem dúvida alguma, um projeto que deveria merecer o carinho da Câmara Municipal de Braga, e da nossa parte continuaremos a pugnar para que mereça uma concretização mais célere”, finalizou


“Preservação dos recursos naturais e segurança alimentar são fator chave nas políticas de desenvolvimento”

Por seu turno, Raúl Rodrigues, moderador da conferência e Doutor em Ciências Agrárias, explicou aos presentes - que encheram por completo o auditório da Videoteca Municipal de Braga - que as hortas urbanas revestem-se, hoje em dia, de uma especial importância. “O projeto das hortas urbanas engloba a horticultura pedagógica, terapêutica, social e de lazer, ou seja, existem várias razões para manter bem viva esta atividade”. 

Segundo Raul Rodrigues, esta temática não é nova, mas há a necessidade de ser abordada de uma perspetiva diferente. “Atualmente, a complexidade dos desafios ambientais e socioeconómicos com que nos deparamos - alterações climáticas, crescimento exponencial das populações nas cidades, degradação dos habitats, etc. - exige que a preservação dos recursos naturais e a segurança alimentar se tornem fator chave nas políticas de desenvolvimento”, declarou.

Nesse sentido, a Eng. Natália Costa clarificou a forma como o Município da Póvoa de Lanhoso tem vindo a apostar, desde 2006, na produção e na divulgação da Agricultura Biológica como um dos seus pilares de desenvolvimento rural sustentado. “Na Póvoa de Lanhoso, as hortas sociais continuam a aumentar e a permitir a responsabilização social, comunitária e ambiental dos que neste projeto participam”, afirmou Natália Costa, enfatizando ainda que tem sido cumprido o objetivo de diversificar a ajuda em termos alimentares a famílias carenciadas do concelho.

Também a Eng. Cláudia Mouro, representante da LIPOR (Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto), falou sobre um projeto que visa promover a qualidade de vida da população através de boas práticas agrícolas, ambientais e sociais - o projeto “Horta à Porta”, implementado na região do Grande Porto. “Esta iniciativa, surgida em 2003, pretende criar espaços verdes dinâmicos, promover o contacto com a natureza e reduzir os resíduos, uma vertente ambiental fundamental”, enfatizou Cláudia Mouro. Esta é uma iniciativa, aliás, que tem hoje mais de 2000 famílias em lista de espera para poder ter acesso a um dos talhões disponibilizados para cultivo pelo projeto.

Noutro âmbito, a Profª Dr.ª Isabel Mourão abordou a forma como a horticultura pode ser extremamente importante no contexto social e terapêutico, dando exemplos de várias câmaras municipais, de instituições particulares de solidariedade social (IPSS), de associações e outras instituições que prestam apoio a pessoas idosas, com deficiências, inadaptadas ou com dependências, e que desenvolvem programas de educação ambiental e de horticultura urbana, e incluem ainda as instituições de saúde, de reabilitação psicossocial, de inclusão social e prisões. 

Todos estes testemunhos permitiram aos presentes na conferência atestar a abrangência e importância da aposta neste projeto no concelho de Braga."


*** Nota do Gabinete de Comunicação da Coligação “Juntos Por Braga” ***

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